Apneia do Sono
Todo mundo sabe que dormir bem é fundamental para o bom funcionamento do corpo. Uma noite bem dormida deixa a mente ativa e a musculatura descansada para o nosso dia a dia.
O sono de má qualidade aumenta a sonolência diurna, reduz a memória, a capacidade de atenção e de raciocínio, aumenta o risco de acidentes e a chance de ganho de peso. Tudo isso leva a uma piora na qualidade de vida e no rendimento do trabalho e estudos.
O que é a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS)?
A AOS é uma doença caracterizada por repetidas pausas respiratórias (apneias) durante o sono, causadas pelo bloqueio da passagem de ar pela garganta. Isso ocorre ao atingirmos o sono profundo, fazendo a musculatura da nossa garganta relaxar seguida da queda da língua e deslocamento posterior da mandíbula com consequente obstrução à passagem de ar.
Durante as apneias a oxigenação do sangue cai e se acumula gás carbônico. Isso faz com que nosso cérebro envie um sinal para sairmos do sono profundo, recuperar a força da musculatura da garganta e abrir a passagem de ar.
Esse ciclo de “sono profundo-apneia-despertar-sono profundo” ocorre dezenas a centenas de vezes durante a noite, impedindo que nosso corpo relaxe e descanse. A cada ciclo, o corpo libera descargas de adrenalina, o que aumenta os batimentos cardíacos e a pressão arterial, trazendo consequências deletérias a longo prazo. É como se a pessoa estivesse correndo uma maratona durante o sono, ao invés de descansar.
Quais os problemas causados pela AOS?
As consequências da AOS são várias: sonolência diurna, dificuldade de concentração, perda de memória, risco de acidentes de trabalho e de trânsito, aumento do risco de infarto do coração e derrame cerebral. Pessoas em tratamento para hipertensão arterial e problemas do coração podem ter um pior controle da sua doença e aumentar o risco de morte.
Como diagnosticar a AOS?
O diagnóstico é baseado na histórica clínica, sintomas relatados pelo paciente, exame físico e por um exame de registro do sono chamado polissonografia.
Os principais fatores de risco para AOS são a obesidade, língua grande, amigdalas grandes, queixo pequeno, grande circunferência do pescoço e deformidades crâniofaciais.
A polissonografia é realizada em um laboratório do sono, sob supervisão de um técnico habilitado, sendo o método padrão para diagnóstico da AOS. O exame detecta quantas apneias o paciente apresenta durante o sono, além de medir a queda de oxigenação e os estágios do sono em que isso ocorre.
Como tratar a AOS?
O tratamento é individualizado, dependendo de cada caso e do fator causador da apneia.
De maneira geral, recomenda-se a perda de peso (para obesos), dormir de lado, evitar consumo de bebidas alcoólicas e medicamentos para dormir. Em casos leves estas medidas podem reduzir as apneias.
O uso de aparelho intraorais, que impedem a queda da língua, terapia fonoaudiológica para reforço da musculatura também são opções para casos leve e alguns moderados.
O principal tratamento é o uso do CPAP – um gerador de pressão positiva na via aérea através de uma máscara nasal ou facial, que bombeia o ar e impede o fechamento da garganta durante o sono profundo. Desta forma não ocorrem mais as apneias, o sono se torna eficaz, os sintomas diurnos melhoram muito e também reduz os riscos descritos anteriormente.
Dr. Helder Vinicius Ribeiro
Médico Pneumologista
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